A Vida no Centro

Diálogos A Vida no Centro - Centro Histórico Foto: João Gil
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Tempo de leitura:5 minutos

Veja como foi o Diálogos A Vida no Centro sobre turismo em São Paulo

O potencial turístico do Centro de São Paulo foi o tema do painel que juntou especialistas, empresários e poder público na programação do Festival de Café do Triângulo

O potencial turístico do Centro Histórico de São Paulo foi o tema do Diálogos A Vida no Centro realizado na quinta-feira, dia 29 de agosto de 2019, no teatro do CCBB, dentro da programação do Festival de Café no Triângulo. O debate teve a participação de especialistas, poder público e empresários, que discutiu o tema diante de uma plateia lotada (veja mais adiante a galeria de imagens, com fotos de João Gil).

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Clayton Melo, jornalista e cofundador da plataforma A Vida no Centro apresentou um panorama nas mudanças que vêm acontecendo nos últimos anos no Centro de São Paulo, o que levou à criação da plataforma, que por sua vez acabou se transformando num impulsionador dessas mudanças.

“O Centro de São Paulo tem uma vocação muito forte, nesse novo contexto do século 21, para ser um polo de inovação, cultura e turismo. Primeiro porque ele já tem a tradição da cultura e gastronomia, algo que está sendo retomado. E São Paulo se tornou uma das principais capitais mundiais na área de startups”, diz Clayton Melo. “O nosso ecossistema, com startups, aceleradoras, investidores e poder público, é muito forte, mas esse movimento ainda não chegou ao Centro. Mas temos todas as condições para ter isso aqui”, afirmou.

O secretário-adjunto de Turismo do município, Junior Fagotti, apresentou o Triângulo SP, projeto lançado no primeiro semestre pela Secretaria, para incentivar o turismo no Centro Histórico da cidade. Ele contou que a Secretaria de Turismo, que existe há um ano, foi criada quase por acidente, a partir dos estudos para privatizar a SP Turis.

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A equipe encarregada de estudar a venda percebeu que o setor tinha um grande potencial e voltou ao prefeito Bruno Covas com a proposta de criar um órgão para criar políticas públicas para o segmento São Paulo, graças ao turismo de negócios, é a cidade brasileira mais visitada, e não tinha um órgão municipal para gerenciar e fomentar o setor.

“O mercado que é quem gera o turismo estava sedento por alguém que fizesse a parte do poder público”, diz Fagotti, lembrando que para desenhar o projeto Triângulo SP ele ouviu mais de 200 pessoas, entidades e empresas que atuam na região.

Veja fotos do Diálogos A Vida no Centro – Centro Histórico:
Crédito: João Gil

 

O desejo de vivenciar a vida urbana é uma mudança no comportamento dos paulistanos, que hoje têm um grande interesse no que uma metrópole como São Paulo tem a oferecer, especialmente em relação a cultura.

“Durante muito tempo o paulistano ficou apegado à ideia de que São Paulo era um lugar ruim, mas isso mudou, diz Denize Bacoccina, jornalista e cofundadora do A Vida no Centro e mediadora do debate.

O professor Luiz Trigo, professor titular da Universidade de São Paulo e autor de mais de 20 livros sobre turismo, considera que São Paulo está muito posicionada no setor de turismo.

“São Paulo é a cidade mais legal da América Latina. É a cidade mais fascinante. E oferece o que as pessoas querem: experiência”, afirmou Trigo. “No nosso potencial turístico do Brasil hoje, São Paulo é uma exceção em termos de qualidade de serviço e de inteligência agregada. O nosso soft power é a cultura, a arte.”

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Ouvir todos os lados envolvidos no turismo, especialmente os empresários do setor, é fundamental, já que serão eles que colocarão o trabalho em prática, diz ele. “São Paulo conseguiu manter algo que é inteligência agregada da sociedade civil organizada, e especialmente com inclusão”, afirmou, citando a construção de imóveis financiados pelo Minha Casa Minha Vida na região central, o que permite que pessoas com menor renda consigam morar na região.

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Rafael Guedes, diretor-presidente da Associação dos Comerciantes, Empresários e Proprietários de Imóveis do Triângulo Histórico de SP (Acepth), disse que sentiu uma mudança radical na interlocução com o poder público a partir do projeto Triângulo SP. “50% dos imóveis da região estão com menos de 50% de ocupação e isso causa um grande problema de sensação de insegurança. Por isso precisamos de mais moradia, e de uma mistura de população. Dá para conviver a gastronomia, a atividade noturna, com a moradia. Precisamos ter mais espaços de hospedagem, como AirBnB, focados no público que a região esta atraindo, que são jovens, pessoal da economia criativa.

E é muito importante que os empresários da região, os donos dos restaurantes, dos cafés, estejam unidos, diz Rafael Guedes. “A gente, como ator, aqui, tem obrigação de estar engajado e fazer com que a roda gire e que toda a oportunidade que está sendo dada pelo poder púbico e fazer isso andar.”

Quer ver o debate na íntegra? Acesse o link do Facebook e veja a gravação.

Conheça os participantes do painel:

Junior Fagotti – É Secretário-adjunto de Turismo de São Paulo, onde aplica um pouco de sua vasta experiência em Gestão de Eventos. Advogado e especialista em Gestão Pública, atuou por muitos anos na área de turismo e em projetos desenvolvidos no terceiro setor. Passou pela Secretaria Municipal de Governo de São Paulo e hoje coordena o projeto Triângulo SP, de estímulo ao turismo no Centro Histórico.

Luiz Trigo – É professor titular da USP, com atuação nos mestrados de Turismo e de Estudos Culturais e na graduação de Lazer e Turismo. Mestre em Filosofia Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1991) e doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1996), foi diretor de turismo da Prefeitura de Campinas (1989-1991) e um dos membros da Comissão de Turismo do Ministério da Educação para o ENADE (2006 e 2009). Publicou 22 livros e dezenas de artigos e capítulos de livros nas áreas de viagens e turismo, educação e entretenimento.

Rafael Guedes – É Diretor-presidente da Associação dos Comerciantes, Empresários e Proprietários de Imóveis do Triângulo Histórico de SP (ACEPTH) e um dos fundadores da Central 5.0, empresa que atua com propostas de ressignificação de espaços e retrofit, conectando investidores a oportunidades e ajudando na requalificação dos imóveis do Centro. Trabalhou por 18 anos no mercado financeiro.

Denize Bacoccina ((Mediação) – Sócia-fundadora do A Vida no Centro, Denize é especialista em conteúdo digital e redes sociais. Jornalista com pós-graduação em Relações Internacionais, já atuou em alguns dos principais veículos do Brasil, incluindo O Estado de S. Paulo e a revista Istoé Dinheiro, onde dirigiu a sucursal em Brasília. Também foi correspondente internacional da BBC, em Washington e Londres, e Country Manager Brasil e Portugal da Ruptly, agência de vídeos com sede em Berlim.